
Até abril desse ano foram registrados R$ 3 trilhões em movimentação de cargas no País, um aumento de 38% se compararmos o mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados R$ 2,1 trilhões.
Esses dados são do relatório “Índice da Movimentação de Cargas do Brasil” desenvolvido pela AT&M, que utilizou uma base de dados formada por mais de 25 mil empresas, entre transportadoras, operadores logísticos e embarcadores. O resultado é a soma de todos os tipos de cargas transportadas em território nacional, como insumos para produção de diversos setores da indústria, produtos acabados, transferências de mercadorias para diferentes localidades, produtos importados, enfim, qualquer tipo de movimentação de cargas nos modais rodoviário, ferroviário e hidroviário.
Só de janeiro a abril de 2021, foram averbados 327 milhões de documentos que representam os pedidos de transportes realizados no período, contra 185 milhões documentos averbados em igual período do ano passado.
O documento ainda aponta que no ano passado, em 2020, foram registrados R$ 7,5 trilhões em movimentação de cargas, contra R$ 6,8 trilhões em 2019, um acréscimo de 10%. Ao todo, foram 792 milhões de documentos averbados que representam os pedidos de transportes realizados no período.
O setor logístico também gerou mais oportunidades de empregos, com um aumento de 37% em vagas abertas no setor nos primeiros cinco meses de 2021, segundo levantamento do Banco Nacional de Empregos (BNE). De janeiro a maio, foram 13.544 oportunidades, o que corresponde a uma média mensal de 2.708 vagas. No ano passado, as oportunidades no mesmo período somaram 9.859 (foram 3.685 postos de trabalho a menos neste comparativo).
Como vimos, a pandemia não impactou o desempenho das empresas do transporte de cargas e o e-commerce contribuiu fortemente para seus resultados, principalmente porque a crise sanitária impulsionou as vendas online.
- A logística que salva vidas
Com o desenvolvimento das vacinas no mundo, o setor logístico ganhou ainda mais protagonismo, transportando os imunizantes e insumos com segurança, precisão e agilidade, para hospitais e profissionais da saúde.
Conforme os laboratórios avançavam na fabricação, coube à logística, empreender um esforço sem precedentes de distribuição da vacina (e seus correspondentes), seja por avião, navio ou caminhão.
Com as primeiras autorizações de uso entrando em vigor no quarto trimestre de 2020, as empresas de logística foram provocadas a estabelecer uma cadeia de suprimentos médicos em passo acelerado: são 10 bilhões de doses em todo o mundo, incluindo regiões com infraestruturas menos desenvolvidas, onde vivem cerca de 3 bilhões de pessoas.
- IA que otimiza processos para atender a todos os pedidos do e-commerce
Essa é uma necessidade que independe da pandemia, mas que os empresários mais visionários perceberam, adotando uma gestão inovadora e com foco nos resultados.
O maior número de pedidos no setor varejista criou um “gargalo” na logística para entregar, gerenciar os estoques, processos de acompanhamento de status e atendimento aos clientes e, nesse cenário, muitas empresas de logística investiram em recursos para otimizarem e aprimorarem seus processos, em diversos setores, como os recursos da Inteligência Artificial, que aperfeiçoou atividades como o atendimento ao cliente, o acompanhamento do pedido, a localização dos produtos nos centros de distribuição e as etapas finais, como a entrega e, se for o caso, a realização de trocas.
Em 2020, o recurso de IA com maior frente nas empresas de logística foram os bots, que permitem que os chats de atendimento ao cliente sejam automatizados e personalizados de acordo com o perfil e histórico. Essa ferramenta também abrange o relacionamento com fornecedores e entregadores, imprimindo agilidade nas respostas para o consumidor interno ou externo, além de auxiliar nas dúvidas pontuais e problemas de rotina.
- Se prepare para o futuro da logística no pós-pandemia
A pandemia ainda é um grande desafio para as corporações do mundo e mostrou, inclusive para o setor logístico, a necessidade de imprimir às operações flexibilidade, capacidade de adaptação e muita resiliência.
Essas características já seriam fundamentais para o setor de transporte de cargas no País, a pandemia só acelerou o processo.
Embora os fornecedores dessa cadeia fizessem tudo dentro do razoável para atender às solicitações dos clientes durante esse período, o resultado final muitas vezes prevalecia sobre a eficiência. Essa reação rápida salvou muitas empresas e manteve o mercado em funcionamento, mas, para se sustentar, o processo agora precisa ser reavaliado como um todo.
A agilidade é e continuará sendo fundamental diante de desafios e oportunidades de mercado imprevistos. Onde a logística e os processos de TI estão tradicionalmente nos bastidores, a crise da Covid-19 os colocou na frente e no centro e há uma grande oportunidade agora para os gerentes de logística e TI mostrarem a robustez de suas operações e arquiteturas de TI para garantir a sobrevivência de suas cadeias de suprimentos e, portanto, do negócio.
A melhor recomendação para se preparar para o futuro certamente passa por uma reavaliação dos processos e da cultura empresarial e principalmente, do suporte tecnológico para que a logística pós-pandemia alcance plena eficiência, atendendo às altas exigências do consumidor e permitindo que o negócio seja lucrativo e escalável.
- Revolução no last mile
As entregas rápidas têm provocado uma revolução na logística de transporte, sobretudo na última etapa no processo de transporte de uma mercadoria até o consumidor, o chamado last mile.
Com o crescimento das vendas online e as mudanças internas dentro das empresas, com redução de estoques, as empresas de transporte e logística tiveram de investir forte em tecnologia e num cardápio variado de alternativas para chegar até o cliente.
O investimento em tecnologia é essencial para conseguir traçar rotas com cargas consolidadas por regiões e áreas. É isso que ajuda na velocidade do serviço, levando em conta que são milhares de entregas por dia. Só no comércio eletrônico, foram 78,5 milhões de compras entre janeiro e março deste ano, um crescimento de 57,4% se comparado a igual período do ano passado.
Diante desses números crescentes, as empresas tiveram de correr para adotar medidas e atender a demanda. As inovações foram apressadas pela pandemia, que pegou muitas transportadoras desprevenidas. Até então, só 2% das empresas falavam em digitalização, o que é primordial para atender a última milha, que exige respostas rápidas.
Para quem já tinha a inovação no DNA, a pandemia gerou uma série de oportunidades, que serão consolidadas no pós-pandemia. A Wikilog, empresa especializada em serviços logísticos de transporte, como distribuição expressa de carga nos modais aéreo e rodoviário, e que tem capacidade de atender mais de 3.500 municípios em todo o Brasil, concentrou seus esforços para continuar entregando serviços de qualidade e com credibilidade na pandemia. Manteve sua equipe de profissionais qualificados e investiu em tecnologia, imprescindíveis para o sucesso de suas operações mesmo diante de um momento de crise sanitária.